Lá estava ele, o arco-íris de para lá de Rocha Azul. Só depois de o verem de perto é que Ti e Tai entenderam o porque do nome Rocha Azul. A forma como a luz do arco-iris refletia na rocha, o brilho azulado e extra iluminado pelos sois e as gotículas de chuva que nunca secavam, tudo isso fazia daquela rocha Rocha Azul.
Eles retomaram a caminhada, o céu parecia ter se transformado em um azul radiante. Mas quanto mais perto do arco-iris chegavam, mais frio parecia ficar. Era um frio estático. Como se o globo não estivesse girando. Como se o tempo estivesse congelando a cada passo. Toda a linda vegetação os encarava sem movimento. Era como andar em uma pintura, ou uma fotografia. Tudo estava la, mas nada se movia.
Ti e Tai começaram a ficar inseguros. Vi andava no meio deles, segurando a mão de cada um. Ela ainda tinha os olhos iluminados pela curiosidade. Mais a frente eles avistaram alguém. Parecia uma criança de longe, mas ao se aproximaram puderam ver. Era uma senhora de olhos raivosos e cara entediada. Ela tinha um cabelo vermelho desbotado e usava uma toca colorida mas cheia de buraquinhos. Ela não tinha um ar amigável, e seus dedos pareciam cigarros. Saiam fumaças das pontas de seus dedos, o que fez Vi pensar que seria muito arriscado trocar um aperto de mão com ela.
Ela não parecia ser o tipo de pessoa que você colocaria para ser um segurança. Mas era isso o que ela estava fazendo. Estava de guarda. Ela parecia guardar uma porta. Uma porta encravada na Rocha Azul. E a família entendeu imediatamente que para seguirem adiante e encontrar o começo e fim do arco-iris eles teriam de fazer aquela senhora rabugenta se mover.
O enigma para fazer a senhora se mover eles não sabiam. Talvez se eles perguntassem, ela pudesse lhes dar uma pista. Uma pergunta para responder, quem sabe? Tai se arriscou primeiro com um Oi, mas a rabugenta nem piscou. Ti tentou em seguida com um Podemos passar? Mas a rabugenta estava la, paradona e com aquela cara azeda.
Eles pensaram então que talvez pudessem simplesmente passar ao lado da senhora, mas estavam um tanto preocupados. Arriscar ou não arriscar? Enquanto debatiam mentalmente a melhor maneira de passar pela rabugenta, as pegadas quadradas apareceram no chão novamente. E quando as pegadas passaram ao lado da senhora, ela finalmente se moveu, seguindo com os olhos o rastro deixado no chão. Por conta dessa pequena distração, a família escapuliu nas pontas dos pês. Chegaram ate a porta da rocha e la sumiram de vista. A rabugenta voltou a sua posição. E Ti, Tai e Vi estavam aliviados. Ainda não sabiam a quem pertenciam a misteriosa pegada, mas estavam empolgados demais agora.
Naquele momento eles estavam dentro de Rocha Azul e havia um brilho de arco-iris iluminando toda a passagem. Eles sabiam que tinham que seguir aquela luz. E foi exatamente isso o que fizeram.
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