Os pesadelos de Holly – Parte 2

Holly acordou num mundo em que ela não tinha criado. Era tudo tão claro que ela pensou que tinha ficado cega. Ela gritava hello, hello, mas só o eco de sua própria voz a respondia. Ela começou a andar pela vastidão iluminada. Sera que morri? Ela se perguntou. Porem ela não se sentia morta. Ela também não achava que estava no céu ou menos ainda no inferno. Era tudo branco e vazio. Ela se deslocava, mas nada acontecia e parecia que estava sempre no mesmo lugar. Holly estava surpreendentemente tranquila. Não estava assustada ou ansiosa. Estava, na verdade, curiosa. Onde sera que parei? ela pensou, que sonho mais estranho, ela também pensou. E assim, achando que estava dentro de mais um de seus esquisitos sonhos, ela deixou sua imaginação flutuar. Não demorou muito e tudo ao seu redor começou a mudar. Ela imaginou ruas e postes. Árvores e pássaros. Começou a andar e criar no canvas branco onde se encontrava.

Tudo começou a se mover rapidamente. As cores foram impregnando no cenário da imaginação de Holly e tudo se tornou um pouco mais radiante e bonito. Ela continuou andando tranquilamente em seu novo mundo. De algum lugar do alto um grande pássaro fez um voo rasante e Holly ficou inconformada. Ele não era fruto da sua criação, como é que tinha ido parar lá? O pássaro bloqueou sua passagem e Holly o encarou.

O que você quer? O que está fazendo aqui? – O pássaro a olhou curiosamente. Holly podia jurar que o pássaro piscava para ela, mas ele não respondeu. Holly tentou passar pelo lado, mas o pássaro abriu as asas. Sem saber o que fazer, Holly decidiu abrir os braços também e mergulhar em um abraço. Quando ela se aproximou para tocar o pássaro ele desapareceu em fumaça. Puf! E Holly quase se desequilibrou. O caminho adiante tinha mudado novamente. Estava escuro e úmido e completamente silencioso. Holly descobriu que estava com frio e imaginou uma coberta sobre seus ombros. Ela não queria mais andar, estava cansada. Tentou imaginar um abrigo. No fim da rua apareceu uma casa bem tortinha de madeira que mais parecia uma caixa de sapato, mas quando Holly tentou abrir a porta tudo congelou. Sua mão ficou grudada na maçaneta. Ela começou a chutar a pequena porta com toda sua força. A porta quebrou e finalmente ela conseguiu se livrar da maçaneta, mas o abrigo seria inútil para ela.

Do outro lado da rua o pássaro reapareceu sentado num galho de árvore. Holly foi atá a árvore e chorou. O pássaro desceu até ela num pulo e a acolheu embaixo de suas asas. Tudo ficou quente e incrivelmente reconfortante e Holly caiu no sono novamente.


Leia também: Os pesadelos de Holly – parte 1

Deixe seu comentário antes de sair